ADVERTISEMENT

Ozempic e Medicamentos Semelhantes: Acesso Negado no SUS e Impacto na Saúde Pública

2025-08-22
Ozempic e Medicamentos Semelhantes: Acesso Negado no SUS e Impacto na Saúde Pública
Correio 24 Horas

Um Revés para o Acesso a Medicamentos Inovadores

A inclusão de medicamentos como o Ozempic e outros análogos do GLP-1 no Sistema Único de Saúde (SUS) sofreu um duro golpe. Uma comissão ligada ao Ministério da Saúde, através da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde (Conitec), decidiu, por ora, não aprovar a incorporação desses fármacos, utilizados no tratamento de diabetes tipo 2 e, mais recentemente, para perda de peso.

Essa decisão significa que o acesso a esses medicamentos, que têm demonstrado resultados promissores no controle da diabetes e na redução do risco de complicações associadas, permanecerá restrito à rede privada de saúde. Para milhões de brasileiros que dependem do SUS, essa notícia representa uma barreira significativa ao acesso a tratamentos inovadores e potencialmente transformadores.

Contexto e Implicações

A decisão da Conitec ocorre em um momento crucial, apenas duas semanas após o anúncio do Ministério da Saúde sobre a produção de canetas de insulina em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica brasileira EMS. Embora essa iniciativa seja louvável e represente um avanço na produção nacional de medicamentos essenciais, ela não substitui a necessidade de incorporar outros fármacos inovadores, como os análogos do GLP-1, ao SUS.

A exclusão do Ozempic e similares do SUS levanta questões importantes sobre a priorização de tratamentos e o acesso equitativo à saúde. A diabetes tipo 2 é uma doença crônica em ascensão no Brasil, com graves consequências para a saúde pública e para a qualidade de vida dos pacientes. Negar o acesso a medicamentos eficazes, como os análogos do GLP-1, pode agravar a situação e aumentar os custos com complicações da doença a longo prazo.

O Papel da Conitec e os Próximos Passos

A Conitec é responsável por avaliar a efetividade, segurança e custo-efetividade de novas tecnologias em saúde antes de recomendar sua incorporação ao SUS. A decisão de não aprovar o Ozempic e similares se baseia em critérios técnicos, mas também é influenciada por fatores econômicos e políticos.

É fundamental que a Conitec reavalie periodicamente a decisão, considerando novos dados científicos e a evolução do cenário epidemiológico da diabetes no Brasil. Além disso, é preciso buscar alternativas para garantir o acesso a esses medicamentos, como a negociação de preços com os fabricantes e a criação de programas de assistência farmacêutica para pacientes de baixa renda.

Um Debate Necessário

A questão do acesso a medicamentos inovadores no SUS é um debate complexo que envolve múltiplos atores e interesses. É preciso encontrar um equilíbrio entre a necessidade de garantir o acesso a tratamentos eficazes e a sustentabilidade financeira do sistema de saúde. A decisão sobre o Ozempic e similares serve como um alerta para a importância de fortalecer a Conitec, ampliar a participação da sociedade civil no processo de tomada de decisão e investir em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos no Brasil.

ADVERTISEMENT
Recomendações
Recomendações