Crise na Saúde: Mais de 256 Mil Profissionais Apelam por Mudanças Urgentes ao Governo

Portugal enfrenta uma grave crise no setor da saúde, com a crescente fuga de profissionais qualificados a ameaçar a sustentabilidade do sistema. Num movimento inédito e sem precedentes, dez ordens profissionais da área da saúde, representando mais de 256 mil profissionais, uniram-se num apelo conjunto ao Governo para implementar medidas urgentes que garantam a estabilidade, a valorização profissional e uma visão integrada da saúde.
Este apelo surge num momento crítico, em que o sistema de saúde português se encontra sob pressão devido à pandemia de COVID-19, ao envelhecimento da população e à falta de recursos. A fuga de profissionais, especialmente médicos e enfermeiros, para países com melhores salários e condições de trabalho, agrava ainda mais a situação, colocando em risco a qualidade do atendimento aos pacientes.
As ordens profissionais que assinam este apelo incluem a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros, a Ordem dos Farmacêuticos, a Ordem dos Psicólogos, a Ordem dos Fisioterapeutas, a Ordem dos Dentistas, a Ordem dos Técnicos de Radiologia Médica, a Ordem dos Biólogos, a Ordem dos Nutricionistas e a Ordem dos Analistas Clínicos.
Principais reivindicações do apelo:
- Estabilidade no emprego: Propostas para a criação de mecanismos que garantam a permanência dos profissionais no sistema de saúde, como a oferta de contratos estáveis e a redução da precariedade.
- Valorização profissional: Aumento dos salários, melhoria das condições de trabalho e reconhecimento do papel dos profissionais de saúde na sociedade.
- Visão integrada da saúde: Promoção da colaboração entre diferentes profissionais de saúde e a criação de equipas multidisciplinares para garantir um atendimento mais completo e eficaz aos pacientes.
- Investimento na formação: Reforço da formação contínua dos profissionais de saúde e a criação de programas de incentivo à especialização em áreas deficitárias.
- Redução da burocracia: Simplificação dos processos administrativos e a eliminação de barreiras que dificultam o trabalho dos profissionais de saúde.
As ordens profissionais alertam que a falta de resposta do Governo a estas reivindicações poderá levar a um colapso do sistema de saúde, com graves consequências para a população. “Não podemos assistir passivamente à desintegração do nosso sistema de saúde. É urgente que o Governo ouça o apelo dos profissionais e tome medidas concretas para resolver esta crise”, afirmam as ordens num comunicado.
Este apelo conjunto representa um marco na história da saúde portuguesa, demonstrando a união e a determinação dos profissionais de saúde em defender a qualidade do sistema e o bem-estar da população. A esperança é que o Governo ouça este apelo e tome as medidas necessárias para garantir um futuro mais sustentável e justo para a saúde em Portugal.
A situação exige uma reflexão profunda sobre o modelo de financiamento da saúde, a organização dos serviços e a valorização dos profissionais. É fundamental que o Governo dialogue com os profissionais de saúde e com a sociedade civil para encontrar soluções que garantam um sistema de saúde acessível, equitativo e de qualidade para todos.