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De Estrela Mirim ao TikTok: Como o Brasil Monetiza a Infância e Quais os Riscos

2025-08-13
De Estrela Mirim ao TikTok: Como o Brasil Monetiza a Infância e Quais os Riscos
CartaCapital

A imagem da criança artista, outrora restrita a talent shows e programas de televisão, ganhou uma nova dimensão na era digital. O Brasil, paradoxalmente, se destaca tanto na criação de modelos de negócio que exploram a vulnerabilidade infantil quanto na lentidão em aplicar princípios de proteção à infância. Este artigo explora essa realidade complexa, analisando como a monetização da infância no TikTok e outras plataformas digitais impacta o desenvolvimento das crianças e quais os desafios para garantir um ambiente online seguro e saudável.

A Era da Criança Influenciadora: Um Novo Mercado

O TikTok, com sua ascensão meteórica, transformou a forma como consumimos conteúdo online. E, junto com essa mudança, surgiu um novo mercado: a criança influenciadora. Crianças e adolescentes, muitas vezes sem plena compreensão das implicações, são incentivados a criar conteúdo para plataformas digitais, visando acumular seguidores, obter patrocínios e gerar receita para si ou para suas famílias. A promessa de fama e fortuna atrai muitos, mas os riscos são reais e significativos.

Exploração, Exposição e Impacto no Desenvolvimento

A exploração da imagem e da vulnerabilidade infantil não é um fenômeno novo no Brasil. No entanto, a internet amplificou essa dinâmica, permitindo que a exploração ocorra em escala global e com maior facilidade. A exposição constante em plataformas digitais pode ter um impacto negativo no desenvolvimento psicológico e emocional das crianças, afetando sua autoestima, sua identidade e suas relações interpessoais.

Além disso, a pressão para manter uma imagem “perfeita” e gerar engajamento pode levar a problemas como ansiedade, depressão e até mesmo transtornos alimentares. A falta de privacidade e a exposição a comentários negativos também são fatores de risco que precisam ser considerados.

O Legado Arcaico: A Falta de Regulamentação

Enquanto o Brasil se mostra ágil na criação de modelos de negócio para explorar a infância, a regulamentação para proteger as crianças no ambiente digital ainda é precária. A legislação existente muitas vezes não acompanha a velocidade das mudanças tecnológicas, deixando as crianças desprotegidas e vulneráveis.

A falta de fiscalização e a ausência de mecanismos eficazes para garantir a segurança online das crianças são desafios urgentes que precisam ser enfrentados. É preciso criar leis que responsabilizem as plataformas digitais pela proteção dos menores, que garantam o direito à privacidade e que promovam a educação digital para crianças e pais.

O Que Podemos Fazer?

Proteger a infância na era digital é um desafio complexo que exige a colaboração de todos: pais, educadores, plataformas digitais, governo e sociedade civil. Algumas medidas que podem ser tomadas incluem:

  • Educação digital: Ensinar crianças e pais sobre os riscos e benefícios do uso da internet.
  • Regulamentação: Criar leis que protejam as crianças no ambiente digital.
  • Fiscalização: Monitorar as plataformas digitais e responsabilizar aquelas que não cumprem as leis.
  • Conscientização: Promover campanhas de conscientização sobre os riscos da exploração da infância.
  • Apoio psicológico: Oferecer apoio psicológico a crianças e adolescentes que sofrem com os impactos negativos do uso da internet.

O futuro da infância digital depende das escolhas que fazemos hoje. É hora de priorizar a proteção das crianças e garantir que elas possam crescer e se desenvolver em um ambiente online seguro e saudável.

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