Crise na Diálise: Pacientes em Risco com a Possibilidade de Interrupção do Tratamento no SUS

A situação da saúde pública no Brasil atingiu um ponto crítico, com graves implicações para pacientes que dependem da diálise para sobreviver. Mais de 140 mil brasileiros contam com o Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar esse tratamento essencial, e a crescente sobrecarga e possíveis interrupções no serviço representam uma ameaça real à vida de pessoas com doença renal crônica em estágio avançado.
O que está acontecendo?
Hospitais e clínicas especializadas em diálise em todo o país estão enfrentando dificuldades para manter o ritmo de atendimentos devido a diversos fatores, incluindo falta de insumos, como dialisadores e soluções de diálise, além de escassez de profissionais qualificados e a crescente demanda por parte da população.
Essa combinação de fatores tem levado a atrasos nos agendamentos, redução da frequência das sessões de diálise e, em casos extremos, à possibilidade de suspensão temporária ou definitiva do tratamento. A suspensão da diálise, mesmo que por um curto período, pode ter consequências devastadoras para a saúde dos pacientes, levando à rápida deterioração do estado geral, acúmulo de toxinas no organismo e, em última instância, à morte.
O impacto para os pacientes
Para os pacientes com doença renal crônica em estágio terminal, a diálise é um tratamento de suporte vital que permite a remoção de resíduos tóxicos e o controle do equilíbrio de fluidos e eletrólitos no organismo. Sem a diálise, esses pacientes não conseguem viver. A interrupção ou a diminuição da frequência das sessões de diálise pode levar a uma série de complicações, como:
- Edema: Inchaço generalizado devido ao acúmulo de líquidos.
- Hipertensão: Aumento da pressão arterial, que pode levar a problemas cardíacos.
- Náuseas e vômitos: Causados pelo acúmulo de toxinas no organismo.
- Confusão mental: Dificuldade de concentração e alterações no estado mental.
- Insuficiência cardíaca: O coração é sobrecarregado pelo esforço para bombear o sangue através de um corpo cheio de toxinas.
O que pode ser feito?
A situação exige uma resposta urgente e coordenada por parte das autoridades de saúde. É fundamental que o SUS garanta o fornecimento contínuo de insumos para a diálise, contrate e capacite profissionais para atender à demanda crescente e invista em medidas preventivas para reduzir a incidência de doença renal crônica.
Além disso, é importante que a população esteja consciente da importância da prevenção da doença renal crônica, adotando hábitos saudáveis, como:
- Controlar a pressão arterial e o diabetes: Doenças que aumentam o risco de doença renal.
- Manter uma alimentação equilibrada: Evitar o consumo excessivo de sal, açúcar e gorduras.
- Praticar atividade física regularmente: Para manter o peso saudável e melhorar a saúde geral.
- Não fumar: O tabagismo é um fator de risco para diversas doenças, incluindo a doença renal.
A crise na diálise é um alerta para a fragilidade do sistema de saúde pública no Brasil. É preciso agir agora para garantir que os pacientes que dependem desse tratamento vital não sejam privados de sua chance de viver.